Aves de Rapina Noturnas de Portugal

Coruja-das-torres

Nome científico: Tyto alba

A coruja-das-torres é uma ave de rapina noturna de tamanho médio com disco facial branco em forma de coração. O dorso é castanho-alaranjado com manchas cinzentas e o ventre pode variar entre o branco e o laranja. Tem corpo delgado, asas longas e patas compridas. Em voo pode parecer completamente branca na parte ventral.

Onde vive? É uma espécie tipicamente associada a paisagens agrícolas abertas, podendo ocorrer também em montados pouco densos. Nidifica frequentemente em edifícios.

Quando observar? Pode ser observada durante todo o ano, embora esteja mais ativa durante o período de reprodução, de fevereiro a junho.

Dicas para identificar: o som dos adultos em voo é estridente e “arranhado”, assemelhando-se ao de uma roldana perra. O som dos juvenis no ninho a pedir alimento é um sopro semelhante a um gato assanhado, mas mais sibilante.

ADULTOS:

JUVENIS:

Mocho-d’orelhas

Nome científico: Otus scops 

O mocho-d’orelhas é a ave de rapina noturna mais pequena que existe em Portugal. O disco facial é castanho-acinzentado e os olhos são amarelos. Tem ‘’orelhas’’ pouco visíveis em repouso. A plumagem parece uniforme, com tons que variam entre o castanho e o cinzento, com uma linha branco-acinzentada nos ombros. Quando observado de perto, nota-se um padrão complexo de riscas e manchas pretas, pintas brancas difusas e manchas arruivadas.

Onde vive? Nidifica em bosques pouco densos de árvores de folha caduca ou mistos, em edifícios ou parques urbanos e em pequenas matas junto a campos agrícolas. É mais abundante no interior Norte e Centro, sendo mais difícil de encontrar no resto do país.

Quando observar? De março a setembro. É uma espécie migradora nidificante em Portugal, que passa o inverno em África.

Dicas para identificar: pode ser confundido com o mocho-galego quando as “orelhas” não estão visíveis, mas é menor, mais esguio e acinzentado, e o seu voo é retilíneo, enquanto o voo do mocho galego é ondulante. A sua vocalização é muito parecida com a do sapo-parteiro-ibérico, mas é muito regular, enquanto a do sapo tem um ritmo mais inconstante e, por vezes, notas mais curtas. Ouça ambas abaixo para aprender a distingui-las.

MOCHO-D’ORELHAS:

Bufo-real

Nome científico: Bubo bubo

O bufo-real é a maior ave de rapina noturna europeia, com cabeça grande, disco facial castanho-acinzentado e olhos laranja-avermelhados. Tem bico preto, garras preto-acastanhadas e ‘’orelhas’’ compridas bastante visíveis, exceto em voo. O ventre é castanho-amarelado com listas escuras, mais grossas no peito e mais finas no ventre, e a garganta é branca, ficando mais exposta quando vocaliza. O dorso é castanho-escuro com riscas e manchas pretas.

Onde vive? Tem preferência por habitats rochosos, longe das povoações, reproduzindo-se principalmente em escarpas.

Quando observar? Pode ser observado durante todo o ano, mas está mais ativo durante o período de reprodução, entre dezembro e abril.

Dicas para identificar: o canto pode ser confundido com o do bufo-pequeno, sobretudo ao longe, mas é mais grave e tem duas sílabas “uú-hu” (a última mais grave), enquanto o bufo-pequeno repete uma série de “huu” monossilábicos e uniformes.   

CANTO:

Mocho-galego

Nome científico: Athene noctua

O mocho-galego é uma ave de rapina noturna de tamanho pequeno. A cabeça é grande e achatada, com sobrancelhas oblíquas claras e olhos amarelos. O dorso é castanho com machas brancas evidentes e o ventre tem uma coloração mais esbranquiçada, sendo densamente listado de castanho.

Onde vive? É frequentemente encontrado na proximidade do ser humano, reproduzindo-se em áreas abertas, em campos agrícolas, pequenas matas, vinhas, prados, jardins e montes de pedras.

Quando observar? Pode ser observado durante todo o ano, mas está mais ativo durante o período de reprodução, principalmente em abril e maio.

Dicas para identificar: está ativo durante o dia e o seu o chamamento mais comum parece um miado agudo e insistente, mas também pode emitir um canto que começa num tom mais grave e termina numa nota aguda curta. 

CHAMAMENTO:

CANTO:

Coruja-do-mato

Nome científico: Strix aluco

A coruja-do-mato é uma ave de rapina noturna de tamanho médio. O disco facial é muito homogéneo é normalmente arruivado ou acastanhado e os olhos são escuros. A plumagem varia entre o castanho-arruivado e o castanho-acinzentado, com riscas finas e manchas escuras. As asas são largas e arredondadas.

Onde vive? É uma espécie típica de áreas florestais, reproduzindo-se também em campos agrícolas com árvores, em jardins e cidades, tendo preferência por árvores velhas.

Quando observar? Pode ser observada e ouvida durante todo o ano, estando mais ativa de setembro a fevereiro.

Dicas para identificar: o canto típico do macho é um dos sons mais conhecidos do mundo natural e algumas pessoas conseguem imitá-lo, fechando as mãos em concha e soprando entre os polegares. As fêmeas também emitem um som agudo distinto, por vezes em dueto com os machos.

CANTO:

CHAMAMENTO DA FÊMEA:

Bufo-pequeno

Nome científico: Asio otus

O bufo-pequeno é uma ave de rapina noturna de tamanho médio com asas longas e estreitas. É ligeiramente menor e tem asas mais curtas que a coruja-do-nabal, com a qual se pode confundir (veja a distinção abaixo). O disco facial é arredondado e castanho-arruivado, com olhos cor de laranja. Tem ‘’orelhas’’ compridas, geralmente visíveis. A cor do dorso pode variar entre o castanho-acinzentado e o avermelhado, com manchas castanhas. O ventre é amarelado com listas escuras bastante uniformes.

Onde vive? Nidifica geralmente em ninhos de outras aves de rapina e corvídeos, em florestas perto de áreas abertas, sobretudo pinhais.

Quando observar? Pode ser observado durante todo o ano. É difícil ouvir os adultos, que apesar de “tímidos” estão mais ativos no inverno, de janeiro a março. É mais frequente ouvir os juvenis a pedir alimento no ninho na primavera, de abril a maio.

Dicas para identificar: pode ser confundido com a coruja-do-nabal, mas distingue-se desta por ser menos amarelado na parte superior da asa. Os adultos repetem uma série de “huu” monossilábicos e uniformes. O som dos juvenis é semelhante a um miado prolongado e em tom decrescente.

ADULTOS:

JUVENIS:

Coruja-do-nabal

Nome científico: Asio flammeus

A coruja-do-nabal é uma ave de rapina noturna de tamanho médio, ligeiramente maior que o bufo-pequeno. O disco facial é castanho-pálido com manchas pretas muito evidentes à volta dos olhos amarelos. Tem ‘’orelhas’’ pequenas, raramente visíveis. A plumagem varia entre o castanho-amarelado e o branco-amarelado, com listas bem marcadas. As asas são compridas e ligeiramente pontiagudas, com uma barra grossa e escura na ponta.

Onde vive? Não nidifica em Portugal, onde apenas está presente no outono e inverno, sobretudo em zonas húmidas como estuários, lagoas e arrozais. Passa a primavera e o verão no norte e centro da Europa.

Quando observar? Entre outubro e março. É uma espécie migradora invernante em Portugal.

Dicas para identificar: pode ser confundida com o bufo-pequeno em voo, mas distingue-se pelo grande contraste entre a área amarelada e a ponta escura da parte superior da asa. É difícil de observar por existirem poucos indivíduos em Portugal, concentrados principalmente no Estuário do Tejo e na Ria de Aveiro. Pode ser observada durante o dia, isolada ou em pequenos bandos. É pouco frequente ouvir a sua vocalização, que lembra um grito curto e irritado.

CHAMAMENTO:

© Fotos: Stri – Rapinas Noturnas de Portugal